quinta-feira, 21 de outubro de 2010

COLABORAÇÃO MENSAL PARA A "WECARE4ANIMALS"

 
 
 
 

"Há uns dias atrás, dei por mim a reflectir sobre a disparidade existente entre a Natureza (as suas leis e ritmos) e a sociedade em que vivemos actualmente.

De facto no mundo natural, não existem correrias, stress. Tudo se sucede de forma organizada, calma, pausada. Os dias sucedem-se às noites, sem sobressaltos, as plantas crescem no seu tempo próprio, os animais nidificam e hibernam na altura certa. Podemos no entanto afirmar que alguns dos princípios e equilíbrios naturais estão ameaçados pela intervenção nefasta do Homem sobre a Natureza.

O Homem procura em nome das leis do lucro, da riqueza e do poder dominar a seu bel-prazer o meio natural. A Natureza é tratada como uma serva que deve atender aos caprichos e ordens humanas. Nem mais, nem menos. Derrubam-se árvores desenfreadamente, matam-se animais selvaticamente, espalham-se venenos pelos campos, injectam-se animais com produtos tóxicos, tudo isto para satisfazer as necessidades e a avidez do Homem actual que funciona em total contramão relativamente às leis da natureza. Vive de forma imediatista, veloz, competitiva, desorientada, vazia.

Neste domínio, muitas tribos e outras comunidades consideradas ainda hoje “selvagens”, “primitivas” e “atrasadas” pelo “cultíssimo Homo Sapiens actual”, tratam a Natureza por Mãe e regem a sua vida por ela. Esta Mãe ensina a viver sem pressas e com estabilidade, a saber esperar pelos lugares e momentos próprios, a viver de forma mais silenciosa, ensina a respeitar todos os seres e a compreender a sua diversidade.

Numa época de” miséria dourada” (expressão utilizada por António Aleixo num dos seus poemas) onde os “ilusionismos” e os “ruídos” nos cercam por todos os lados, empurrando-nos para os consultórios médicos e psiquiátricos, porque não escutarmos a nossa tão sábia Mãe Natureza? A Natureza é uma grande mestra que nos ensina sem dúvida o caminho para uma vida mais feliz e saudável.

Porque não passearmos mais ao ar livre, cuidarmos de uma planta ou de um animal? Comprarmos produtos menos prejudiciais para o ambiente? Organizarmos melhor o nosso tempo? Reflectirmos mais sobre a nossa vida? Sermos mais tolerantes e pacientes connosco e com os outros? Muitas vezes é difícil adoptarmos estas atitudes, mas julgo que vale a pena tentar, porque a recompensa será certamente muito profícua. "

Carla Quintas
 
Foto retirada do Flickr (creative commons) da autoria de Bruna Peretti Loureiro
 

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