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Acerca de mim

- Carla Quintas, Socióloga
- Maia, Porto, Portugal
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terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Raças perigosas ou donos perigosos? Uma reflexão sobre a nova lei.
A recente lei sobre a posse de cães considerados perigosos suscita-me bastantes dúvidas e reservas, isto porque considero que todas as tentativas de classificar e de rotular o que quer que seja, conduzem inevitavelmente a visões pobres e limitadas sobre a realidade e consequentemente a determinados preconceitos e juízos de valor infundados. Os nossos governantes e decisores padecem também eles do mal da rotulagem. Não encaram a realidade como um todo complexo e interligado, mas olham apenas para determinadas parcelas dessa realidade e assim sendo elaboram leis e medidas também elas parcelares e redutoras.
Existirão raças de cães perigosas? Não serão antes os donos os grandes responsáveis pela sua suposta agressividade? Recordo-me perfeitamente de uma reportagem que vi na televisão aquando do furacão Katrina que devastou Nova Orleães em 2005. Nessa reportagem falaram de um caso de um caniche que estava sozinho dentro de uma casa em ruínas e cujo resgate foi muito complicado devido ao grau de agressividade que apresentava. As pessoas tiveram muita dificuldade em aproximar-se dele tal era o seu estado de raiva! De facto aqueles animais que vemos na rua e que parecem peluches também podem ser muito violentos! Outro exemplo: conheço uma colega que tem um rotweiller e posso dizer que já fui algumas vezes a casa dela, fiz-lhe festas e nada me aconteceu, bem pelo contrário!
Temos de admitir que o problema reside no facto de em muitas situações as pessoas se servirem dos animais para neles descarregarem as suas angústias e frustrações e exorcizarem a sua própria agressividade, fruto da existência de uma sociedade injusta e desigual. Antes de se preocuparem com as raças que consideram "perigosas", não seria importante educar e sensibilizar a população em geral para o flagelo que é o abandono dos animais? Não seria importante dar ajudas e incentivos fiscais às pessoas para adoptarem e educarem os seus animais de estimação? Não seria importante auxiliar as associações de defesa dos animais que se deparam com sérias dificuldades no desenvolvimento do seu trabalho? Estão preocupados apenas em estabelecer coimas e multar, após os males acontecerem? Onde fica a prevenção e a educação que tanta falta faz nesta e noutras matérias? O grande perigo não está nos pobres animais que a meu ver são os menos culpados, está antes na falta de coragem e de vontade para apostar no civismo e na educação das pessoas e na construção de uma sociedade mais justa e equilibrada que tenha em conta o bem estar dos cidadãos e consequentemente dos animais.
Carla Quintas- colaboração mensal para a SOS Animais- WeCare4Animals
Foto da autoria de Rosaura (Flickr)
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